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Biscoito da Sorte
Aceita um biscoito da sorte? É só clicar e descobrir a surpresa que tem dentro dele pra você!
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Em plena tarde de quinta-feira, meu notebook e eu, contrastando com a "vintage", invadimos aquele legado que passageiros recém-desembarcados do trem da vida deixaram pelo caminho.
Suely Sette é mineira e a todos é familiar a proximidade que esse povo tabaréu, no sentido mais vicejante da palavra, tem com os trilhos de ferro.

Folhear páginas de papel, para um homem que veio ao mundo na segunda metade da década de setenta, era, então, algo saudosíssimo. O cheiro de mato que crescia pelas rachaduras do concreto da estação confundia os meus sentidos enquanto eu clicava para ler o documento de Word que continha este livro, ainda não impresso, que a Suely enviara-me para que eu escrevesse este prefácio.

Saltou-me aos olhos um conjunto de versos quando minha vista alcançou um poema singelo e robusto como a alma da Sua (ou minha) Majestade: ”(...) O que me assusta agora /Depois me ajudará a entender / Que eu preciso viver! / Ir ao trem da vida / Saltar numa estação qualquer / Ficar o tempo que der (...)".
Trecho do prefácio escrito por Marcelo Garbine para o livro "Lira de Sonhos" de Suely Sette
Clicando aqui, você lê o texto completo
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– Vó, por que o coelhinho me deu esse ovinho de chocolate?

– Porque é páscoa.

– O que é páscoa?

– Quem é esse barbudinho aqui da foto? A vovó já não falou que o nome dele é Jesus? Então, a páscoa é uma festa pra mostrar que a gente gosta de Jesus.

– Quem não come chocolate não gosta de Jesus?

– Cadê o seu brinquedo? Vai brincar, Vinicius.

– Coelhinho bota ovo de chocolate?
(Trecho da crônica para rádio "Vinicius não quer ovo de páscoa")
Clicando aqui, você ouve a crônica
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E o vento que passou em 1995
Suave pelas pelugens do meu queixo
Semeou, no mundo, novo ser, com afinco
Que entrar, voraz, na minha vida, eu deixo.

Façamos nossos os talhões de tempos dormentes
Adolescia enquanto plantavam a semente
E toda a desproporção cronológica
Desvenda-se, clara, então, fica lógica.

Novembro... junho...
Escada de meses em ciclos de doze
Se lembro, empunho
Espada que vezes reciclo em pose.Clicando aqui, você lê a poesia completa
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Não tardou a identificar o ritmo alegre da Csárdás. Cerca de duas centenas de passos foram o bastante para ter a convicção de que o instrumento reproduzia o andamento sonoro do bailado folclórico de seu país. Desde o início de seu namoro com Boglárka, adaptara-se com a cultura tradicional. A moça era uma exímia bailarina.

As práticas advindas da predileção dele pela religiosidade oriental auxiliaram-no a harmonizar-se com o sexo oposto. No princípio da puberdade, a meditação e a busca do equilíbrio interior transformou-o num homem benevolente que logrou sucesso ao perdoar a cumplicidade de sua progenitora, amaciando o rancor que, até então, carregara. Uma barreira rompeu-se para que o jovem entregasse o seu coração para uma mulher, a despeito da fúria originada pela figura materna. A ojeriza quedou-se alojada em seu subconsciente.

A extroversão da bailarina era discrepante comparada à quietude dele. Afeita a festas, a menina dava o colorido que a mansidão dele pedia em contrapartida. O casamento já tinha data marcada. Boglárka mudar-se-ia para o seu apartamento. Ele já o havia reformado. A pintura deu o toque final do acabamento.Clicando aqui, você lê o conto completo
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A consonância produzida pelo arco no violino friccionando as cordas aumentava enquanto atravessava uma plantação de girassóis. Com seu discernimento distante, meramente devaneava como teria sido mais poético se Mendel tivesse utilizado girassóis em seus experimentos biológicos em vez de ervilhas.

Da hereditariedade das ervilhas para a sua própria, a abstração delicada era suplantada pelos prognósticos do seu futuro com a moça. Como seriam os seus filhos? O comportamento detestável do pai seria por ele imitado? Ela era digna de germinar sua semente?

Cruzada a plantação, aos pés da amoreira, enxergou a folia. Doze participantes estavam ali. As mulheres com seus vestidos preponderantemente vermelhos e cabelos cobertos com lenços floridos. Os homens com seus chapéus, coletes, calças e botas pretos e camisa branca com mangas compridas, largas e folgadas. No meio, um violino era tocado com veemência. Até aí, era apenas um festejo com dança típica que ele já conhecia. Mas havia algo sinistro, um elemento alheio ao rito padrão. Uma senhora com indumentária cigana passava com uma bandeja diante dos convivas, servindo uma bebida de coloração vermelha.Clicando aqui, você lê o conto completo
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Conquanto as previsões generosas da boa velhinha não venham a confirmarem-se num futuro próximo e os coleguinhas de escola não comunguem da mesma opinião benévola da anciã carinhosa, é sabido que os devaneios excessivos da septuagenária gentil acerca do netinho ingênuo foram proferidos com as melhores intenções.

A despeito da necessidade de demanda por um terapeuta para sanar as fissuras psíquicas causadas pelo incutimento hiperbólico de qualidades utópicas na mente do pequeno ser humano sobre ele mesmo – que culminou num distúrbio vivencial diagnosticado pelo criterioso perito especializado no encéfalo como "complexo de messias" – é fundamental que a gratidão pela benquerença da vózinha seja manifestada.

Independentemente de o psicólogo ser capaz de atingir um desfecho satisfatório no que tange ao quadro clínico do paciente cujos pais pagam o olho da cara pela consulta para que o profissional resolva os problemas que eles próprios criaram e não deram conta, o resultado será sempre positivo, dado que à criança serão entregues subsídios inéditos que a possibilitarão ser levada a um raciocínio profundo. É preciso bastante estudo para compreender este axioma. Você conseguirá entender. Eu acredito em você.Clicando aqui, você lê o conto completo